Friday, November 9, 2007

SAUDADES


preciso do meu silencio, das minhas musicas e recordaçoes, as de uma infacia, quando meu pai me levou ao Mc perto do Saldanha, de quando a minha mae me limpava depois do banho, dos beijos de boa noite sempre recebidos, assim como os de bons dias, de me esconder perto do frigorifico quando minha tia me procurava de gatas, de brincar aos pais e as maes com o meu primo, de me pintar as escondidas da minha mae. recordaçoes de uma jovem menina que brincava na relva com os seus amigos, que rebolava nos montes ou tentava fugir das regas. os passeios pela expo sem nada programado.recordaçoes de me deitar cansada de um dia de trabalho que me agradava e esgotava as energias. saudades de conversas tardias no quarto, de passeios por belem enidas loucas ate aos pasteis. recordar os amores de criança, que nunca magoam, apenas felizes porque ele nos olhou saudades das tardes na escola onde so me ria e brincava, saudades de passear com meu avo pelo terreno, ver o por de sol ao seu lado, ali pequena sem saber que existia futuro, quando apenas se vive o presente.
adorava ficar no corredor ver a luz do sol quando se ponha, pois por momentos meu quarto era de ouro, meus bonecos ganhavam vida, e eu ali sem querer estragar aquele encanto, olhava para a luz e imaginava.
o meu lugar na sala nao era no sofa, mas sim entre os dois, para poder estar perto de meus pais, tantas marcas que tinha de cigarros por causa disso, mas nao me importava, pois queria estar perto dos dois. andava sempre de mao dada com o meu peluche a espreitar pelo casaco, pois queria que ele tambem visse a rua, pois na altura era magica e grandiosa.
como era gigante a minha pequena escola, o seu corredor parecia nao ter fim, mas chegava aos cabides, tinha de me por em bicos de pe como meus amigos, como brincavamos a cantar e a panhada, como eram lindas as nossas gargalhadas.
recordo de como era boa em contas de dividir, assim como a jogar a bola, onde marcava golos de meio campo ou mandava a bola ate ao parque do centro portela. como nos rimos e corremos para apanhar a bola, que historia gira para contar em casa enquanto jantava aquela coisa boa que a minha fazia. como era bom me deitar e conseguir dormir, sem medo do amanha, pois mesmo que tivesse um teste sabia que podia correr mal, mas dai so sairia um castigo.
a infancia passa e com ela a alegria genuina e nao programada, agora se me quero divertir tenho de combinar, e noite a que beber um pouco para o conseguir, antes de dormir tenho de pensar no amanha, que nem sempre é bom, tenho de pensar em agradar apenas tenho de pensar.
estou farta de pensar, ja nao quero mais isso, apenas queria poder voltar a criança, onde brincava no baloiço e so queria comer gomas, brincar na terra e comer um calopo, andar de bicicleta nas estradas velhas e escuras, esconder a cara pintada de minha mae, chorar por ter cortado a franja de lado. comer uma duvia de laranjas a noite so no espaço de meu pai ir buscar minha mae, de ter de ir boscar acadeira sempre que tocam a porta, para saber quem é. chegar a casa de meus avos com os pes cheios de terra, ter medo de estar em casa sozinha pois nossa senhora anda pela casa, brincar a merciaria sozinha. lavar roupa no tanque e ir para a igreja chatiada, mas saido sempre de la mais leve. quero poder comer um bolo de chocolate inteiro e depois ter minha mae a fazer festinhas na barriga pois doi muito, quero ouvir historias inventadas pelo meu pai enquanto so vejo a luz do cigarro aceso.
queria mas nao posso, cresci, devia fazer como o peter pan, mas nao fiz, e arrependo-me, queria ter sido sempre criança, pois mesmo nao tendo sido sempre feliuz, fui muito mais que algum dia serei, nao adiante me dizer que nao, pois ja nao vejo o mundo com esses olhos de inocência e genuidade.
agora so quero uma coisa ver o mundo com outros olhos, mas nao os de inocencia de criança.........

3 comments:

Anonymous said...

As recordações ainda frescas, como se de tinta tratassem, pois o Inverno não deixa secar e como é bom recordar, talvez vez é melhor desejar, para o Inverno se faça continuar.

Beijos.
Keep writing, i will keep seeing you.

ana said...

As recordações fazem parte da nossa vida, do nosso mundo....e tu tal como todas as minhas recordações tambem fazes parte da minha vida e do meu mundo...
sabes k te adoro muito muito muito e que jamais me esqueco de ti!!!
Bjaum********

Vanessa Lourenço said...

Fartei-me de rir com a parte da nossa senhora pela casa! hahahaha
Como te entendo minha pequena Bárbara, como te digo que quero ser de novo a pequena de caracois louros e olhos grandes azuis como lanternas. Quero os bolos da Branca-de-Neve nos meus aniversários, mas não esses já não voltam, agora são de chocolate e grandes feitos pela mãe da minha fada. Porque perdemos algumas coisas mas ganhasmos outras igualmente insubstituiveis, lembra-te do passado com um sorriso ao lado do presente e um brilho nos olhos do futuro. Um beijo.*