Saturday, November 24, 2007

AMOR DE MAE


aqui estou eu nesta terra perdida, onde o frio apaga as alegras e a chuva corroí a alma. olho a minha volta e so vejo dor e magoa, tento sair deste terreno, mas nao consigo, meus pes estao aqui enraizados, meus dedos nao conseguem cavar esta terra rija. chamo por ti, mas tu nao vens, nao me ouves. esta terra é de surdos, vejo-te ai tambem presa nesta terra mortifura, tua energia vai se esgotando, assim como a minha. olho para ti e ali estas tu a olhar para mim com força e medo, esticas teu braço e tentas me alcançar, estico o meu com a pouca força que tenho. meus dedos tocam nos teus, e por momentos perdi o medo e a vontade de sair dali, pois tinha-te a meu lado, caiu-me uma lagrima de alegria e olhei para teu rosto, estava molhado, olhos vermelhos e labios que se mexiam de forma calma e lenta, para poder ouvir com meus olhos: amo-te, foi isto que me disseste, eu fechei os meus como resposta, quando fui sentido teus dedos a largarem minha mao, estavas a perder as forças, deste-me o pouco que restava. chorei e gritei tao alto que por momentos aqueles corpos moribundos ouviram-me. quase que cai, meu peito doia, sentia-me so, queria te ali comigo, precisava de ti, algo em mim faltava, tu.
adormeci com o chouro e quando voltei abrir os olhos vi uma luz vinda do seu, de la vinham cavaleiros prontos para nos salvar que conseguíam nos arrancar do chao sem qualquer esforço. vi meu pai, agarrou-me na mao que outrora tinha a tua. senti meus pes sairem daquela terra macabra, e vi ali teu corpo deitado. meu pai agarrou tambem no teu corpo e dali saimos, atraz de nos vinham cavaleiros com almas perdidas nos braços,ouvia aquele som cansativo mas bom, pois era sinal que todos nos dali iamos embora.
vi luz, senti ar e calor na cara, ca na relva molhada e rebolei, pois queria sentir aquela vida a entrar dentro de mim. olhei para meu pai e fiquei triste, ali estava ele sentado de costas para mim, tremia, pensava que estava ferido, mas nao tinha te nos braços, ali estavas tu, bela como sempre, dormias e descansavas, mas eternamente, toquei-lhe no ombro enquanto me baixava, sentei-me a seu lado e dei-lhe um beijo
-desculpa, a culpa foi minha, por causa de mim a mae morreu. disse eu enquanto chorava pois tinha-te perdido para sempre. meu pai olhou para mim enraivecido, pensava que me ia bater.- nao digas isso, tu nao tens culpa, tua mae fez o que eu tambem faria, morrer por ti. nunca digas que es a culpada, pois nao es, apenas foram capturadas pelas bestas, es pequena, nao tinhas forças para aguentar ate ao nosso auxilio, tua mae protegeu-te, por isso nao peças desculpa, enquanto gritava aquelas palavras meu pai chorava, ja nao via seu rosto pois as lagrimas enturvaram-me a vista, queria te de volta mama, porque me deixaste?
voltamos para o castelo, ali estavam todas as familias a espera dos seus entes, uns ja mortos outros meio desfalecidos. entrei no palacio, ao lado do meu pai que te carregava. ali estava a avó que correu ate mim, abraçou-me e beijou-me muito, o avô continuou sentado pois a dor era muita, acabara de te perder, assim como eu. o meu pai foi ate ele para te poder beijar, a avó levou-me ate ao quarto para me lavar, deu-me banho enquanto me tentava animar, mas eu so chorava, tinha acabo de te perder, e nao aguentava essa dor. quem me ia agora tapar durante a noite, dar um beijo de bom dia e contar historias para embalar?
ja estava pronta, ali estava eu de vestido branco enquanto que todos a minha volta estavam de negro, meu pai ali estava com as suas botas altas de pele, e sua capa negra. fui ate seu lado, deu-me a mao e apertou com força e olhei para ti, ali estavas tu de branco como eu, deitada, fui ate ti e dei-te uma rosa, para poderes ter algo bonito contigo. todos do palacio se foram despedir com uma venia. nao conseguia chorar pois nao percebia aquilo, nao percebia o porque de te ter perdido. mas agora sei minha mae, sei.


os anos passaram e eu fui seguindo minha vida, casei e tive uma filha linda, parecida comigo, contigo, olhos grandes e redondos, castanhos e fortes, seu rosto como o nosso, queixo fino e bochechas salientes, boca pequena e rosada que quando chora seus labio inferior incha. sua tes é igualmente branca e límpida. fui passear com ela pelo bosque como nos faziamos quando era pequena mas algo de estranho se repetia, umas almas negras em cavalos fantasmagóricos agarraram-nos e assim levou-nos. naquele cavalo. mas desta vez foi diferente nao temi pela minha vida, mas pela da minha filha, ela gritava e chorava, muito assustada. mandaram-nos para aquela terra onde logo os nossos pes ficaram presos. nao ouvia nada, fiquei surda e desnortiada ate que segundos depois recuperei a visao ali estava ela, pequena e assustada olhei para ela e vi o meu olhar de anos atraz, como chorava a minha pequena e como isso me maguava o coraçao. estiquei o meu braço com a porca força que tinha ela assustada esticou o dela ja quase moribunda ate que nos tocamos, agarrei a sua pequena mao com força e olhei para ela e disse muito lentamente para ela poder ler os meus labios: amo-te, ela fechou os seus olhos como respostas e foi quando toda a minha energia sai do meu corpo ate ela e assim fechei os meus olhos, mas ainda consegui sentir um calor e ouvir sons de cavalos que se aproximavam, sorri.

mae, uma pessoa que nos amamos e que sera sempre muito importante para nos, um ser que por nos da a vida.

2 comments:

Vanessa Lourenço said...

Como explicar o que sentimos pela mãe? Não sei, é algo absolutamente único, e por muito que elas nos digam a verdade é que só lhes daremos o verdadeiro valor quando sentirmos o que é ser mãe. Eu amo algumas pessoas, mas o amor que tenho epla minha mãe e que tu tens pela tua é algo simplesmente inexplicavél, já vem contigo, começa quando tu qiand estás lá dentro. Um beijo minha linda fada***

Vanessa Lourenço said...

Como explicar o que sentimos pela mãe? Não sei, é algo absolutamente único, e por muito que elas nos digam a verdade é que só lhes daremos o verdadeiro valor quando sentirmos o que é ser mãe. Eu amo algumas pessoas, mas o amor que tenho epla minha mãe e que tu tens pela tua é algo simplesmente inexplicavél, já vem contigo, começa quando tu qiand estás lá dentro. Um beijo minha linda fada***