Saturday, December 25, 2010

Hipócrita és tu Natal, obrigas-me a ser simpática e fazer frete desnecessário, porque tenho eu de estar a fazer sala com os meus pais se nenhuma das partes assim o deseja, porque fingir que somos felizes quando no fundo nos odiamos, porque tenho eu de me endividar para dar uma prenda ao vizinho que durante todo o ano me chateio e berro a porta do elevador, porque tenho de inspirar fundo quando o meu lugar de parque esta ocupado. Porque tenho de fingir, porque tenho de enganar, quando o meu engano não agrada ninguém, porque são todos hipócritas e dizem gostar de tal data, quero um café não posso ir tomar, quero ir sair não posso porque esta tudo a fingir que é feliz e que adora tal data, data que entope as lixeiras com mentiras e falsidades, os miúdos não gostam do natal, gostam de prendas, apenas isso, mudei a data, eles não choram. Natal, mas que treta de data, esta mais que provado que jesus cristo não nasceu nesta data, e mais so por ele fazer anos vamos todos entupir em dividas, diabetes e mentiras? Não me parece correto, este dia é a celebração do sol, o renascer do mesmo, oferendas dadas a terra mae e não aos filhos ranhosos e birrentos, que simplesmente querem a ps3 e caso não receba grita que detesta o natal. O Natal oprime os carenciados, deixa-os triste neste dia, ainda mais que o normal, é uma farsa tal data, data de ricos que simplesmente decidiram arranjar mais uma razão para esbanjar dinheiro.
O Pai natal é da coca-cola, o pinheiro é nórdico, nos não comemoramos algo nosso, simplesmente mantemos uma farsa que apenas chateia, que mata, que sufoca, Merda de natal e pior tenho de ser politicamente correta, sabem que mais, merda de natal.

Wednesday, December 8, 2010

A NOSSA VALSA


Apareço lançada até ti, meus botins negros, simples bolados e compensados deixam meu pé robusto, pequeno, mas forte, meu caminhar torna-se pesado, gracioso mas agressivo, minha saia rodada de chifon curta de cintura subida não só marca minha cintura, expõe minha anca e mostra minhas pernas torneadas e elegantes. Meu casaco de pele, simples de motar curto e justo demonstra a voluptuosidade de meus seios, minha franja pesada meu cabelo apanhado, meu olhar intenso delineado de preto, minhas faces rosadas, minha tez pálida, meus lábios invisíveis mas apetecíveis, caminho de forma seria, mãos abrigadas do frio e olhar intenso, minha cabeça parece cabisbaixa mas meu olhar mostra força e adrenalina fria.
Hipnotizas-te com o meu olhar, teu olhar mostra confusão, medo tesão, desejo e receio. Tua boca semi aberta, queres falar mas o silencio é precioso, tua altura é muita, comparada com os meros centímetros, mas mostro-te força, mostro não ter medo, aproximo-me, ficando assim bem próxima de ti, olho-te com força, meu olhar brilha, não sabes se é amor, ódio, alegria ou tristeza, baralho-te e mostras isso sem medos, tentas-te recompor, fazes o típico jeito com a cabeça e a tua boca se fecha em forma de charme irresistível. sorrio para acompanhar tal jeito.
Dás um passo para a frente, sem medo e com elegância, afasto-me da mesma forma, rodas teu corpo em torno do meu mas conheço tal dança e não me deixo enganar, tuas mãos agarram minha anca e as minhas largam os bolsos e tocam-te nos ombros, balanceamos em forma de presságio de dança sensual.
Minha mão direita desce o teu braço, toca-te na mão e esta segue o caminho esperado, ergue-se deixando assim aberta a proposta dançante, não resisto e penso em te seguir, meu corpo apesar de parecer rijo balança ao ritmo do teu corpo, dois estilos, dois desejos, juntos finalmente, criando assim algo único e inédito.
Em redor há olhares, como é possível tal música ser seguida, como é possível dois corpos tão distintos se fundirem de tal forma graciosa, de forma desejosa e de forma intensa, tua mão dá-me ordem, que sigo de forma irreverente, viro-te as costas, sei que gostas, tocas-me na anca sentes meu traseiro, minha mão serpentei em torno de teu rosto e pescoço, meus joelhos não fraquejam, mas descem, minha mão segue para sul, de forma elegante e negra, sentes o toque da minha mão, a tua me ampara, toca-me no seio com elegância em forma de apoio. Sinto-te a tocar meu ombro, apertas-o e sentes os meus ossos. Subo com intensidade enquanto me viro e volto-me para ti, meu olhar deseja teu sangue, tua boca minha carne, mas afasto-me com medo de tal atracção, tua mão agarra a minha com força, fazendo com que mal me afaste de forma frenética me junte de forma ainda mais louca, minha perna esquerda se levanta prende-se em teu corpo, teu braço agarra-a com força, sentes minha coxa, pressionas-a com força, minhas costas desfalecem, mas amparas-me, ficando assim caída. Admiras o meu pescoço e o busto no pouco de fecho aberto, tua boca se aproxima de tal peça apetecível, mas não me tocas, sinto apenas a tua respiração sobre mim.
Sinto-me a subir com ordem indicada, levanto minha cara, fico assim erguida perante ti, largas-me a apenas e sigo outro destino. Deixo-te assim sem me ver, apenas me sentes, vês as minhas mãos a dançarem pelo teu tronco, estas não param, balançam, serpenteiam como se não tivesse ossos a suportar tais apêndices, levanto teu pescoço e lentamente com passos lentos e pesados apareço perante ti, mas tal calma é esquecida com a tua força, agarras-me na anca e puxas-me com intensidade, meu corpo roda, quase que cai, fico assim a tua mercê, ergo minha perna direita, expondo-a a plateia, teu rosto desce, sorris com maldade, meu olhar se intensifica. Afasto teu ombro e logo me levanto tentando fugir de ti, mas não me deixas, minha mão é agarrada por ti e sinto-me projectada ao teu encontro, tuas mãos tocam-me nas costas, nossos pés cruzam-se fazendo assim nossos corpos rodopiarem no meio da multidão, apesar de parecem imóveis.
Tuas mãos seguram-me, fortes, mas não deixam de sentir tal feminidade.
Logo me afasto, sem te largar levantas teu braço, danço sob ele, tu caminhas com elegância, aproximo-me de ti, dás-me tua mão e segues o caminho, fazemos a nossa valsa, olhar penetrante, toques fortes sorriso maldoso, sorriso de paixão. Deixas meu corpo cair, não tenho medo, balanço assim minhas costas, minha cabeça caída, meu olhar fechado, mas sinto a tua intensidade, levantas-me com glamour, sinto-me bem, próxima de ti, meu corpo sente o teu calor, assim como o teu desejo.
Voltas-me, deixando mais uma vez meu traseiro junto a ti, caminhamos de lado, meu rosto voltado e olhando para baixo, vejo a tua mão, sinto o teu respirar intenso e calmo, estranha esta sensação, este desejo, esta dança, nossos corpo seguem um destino, seguem sua vontade.
Os olhares são estranhos, perplexos com tal movimento, tal desejo. Volto-me novamente para ti, a música quase que acaba, rodo em teu torno, rodopias-me o corpo, caio sobre o teus braços, tua mão segue minhas linhas do corpo, rosto, pescoço, busto, cintura, anca e coxa, agarras-me na perna, não me queres deixar, minha mão segura-te o rosto, meu olhar brilha e agora já sabes que brilho é esse, paixão, a paixão mais simples que existe, em que apenas numa dança se transmite, nossos corpos dão sinal da respiração, aproximas tua boca à minha, sinto os teus lábios sobre os meus, sinto o sabor, a macieza, a carne dos mesmos, desejo realizado.
Largas-me com calma, sobes-me com jeito, meu olhar não é intenso e o teu é apaixonado, assusto-me com tal acontecimento, com tal ritual de acasalamento, tal beijo, tal olhar e afasto-me com calma enquanto te agarro, mas logo te deix,o volto minhas costas e fujo de tal paixão.

Sunday, December 5, 2010

roubas-me a alma


Corro pelo bosque, tenho medo, medo de ti, ser que me fascina, ser que me atormenta, ser que me mata.
Escondo-me entre os arbustos mas sentes o meu cheiro, medo, desejo, tesão e pavor. A minha respiração é ofegante, temo-te mas também te quero, mas fujo, fujo do meu destino já traçado, caminhas com calma e sem pressas, pois por muito que fuja, que corra e me esconda tu encontras-me, sorris com malícia, sabes que te vais alimentar de mim, tento fugir, largo meu casaco de malha e mando-o para longe, segues com o teu rosto, sentes o meu cheiro, afastas-te por instantes e pegas no casaco cheiras o com intensidade, sabes que estou perto e o desespero só te excitou mais, sentiste o cheiro no meu casaco, apertas o com força, sentes o meu cheiro desejas-me ainda mais, anseias por mim, eu corro e sinto os teus passos próximos corro e choro, já não escondo o meu som, sei que me vais apanhar, grito que não, peço que pares, mas não paras, cada vez andas mais rápido e sorris mais, sentes-te perto de tua presa, do teu alimento, de mim. Corro e fecho os olhos não me quero ver ser capturada, sinto o meu braço preso e meu corpo lançado sobre um corpo frio. Abro os olhos e vejo o teu olhar, olhar esse que outro ora me fez apaixonar. Sorriso que aterrorizante que em tempos admirava, tento me afastar, dando passos para trás, deixas-me andar, encosto-me a uma árvore já velha, seus ramos se fecham deixando-me assim sem saída, presa para ti, ali estou eu a tua mercê, tocas-me na face, desces até ao pescoço, sinto a tua mão gélida e arrepio-me, suspiro, medo tesão não sei, só sei que não quero estar aqui, não quero sentir isto, não te quero, quero, mas não te posso ter, fazes-me mal, aproximas a tua boca ao meu busto, beijas-me com calma o seio, despes o meu vestido, rasgando-o com calma, vês assim o meu corpo exposto, pronto para ti, tremo, frio, medo desejo, tudo percorre o meu corpo, o choro não para, peço que pares, mas tu ris-te, não falas, apenas te ris, tuas mãos percorrem o meu corpo, teu corpo faz com que minhas pernas se abram e fico assim pronta para a penetração, mas não quero, sentes o meu desejo, mas é falso, eu não quero, tento mexer meus braços, mas estão presos, o máximo que consigo que te tocar ao de leve e isso sabe-te bem, tento te arranhar mas isso faz-te olhar para mim de forma ainda amais lasciva, imploro quase sem forças, peço que pares, peço que me deixes.
Tuas mãos perdem-se no meu corpo amedrontado, no meu cabelo despenteado, no meu rosto encarnado, apertas-me o corpo, mordes-me o pescoço, beijas-me os seios, apertas-me as pernas, imploro que pares, gemo de prazer mas peço que pares, peço que não me mates, imploro por minha vida mas riste, olhas-me e sinto que esta na hora, sinto a tua mão afastar, imploro que não, peço que não, sacas do teu punhal, sinto o seu frio sobre o meu corpo, sorris e beijas-me e eu grito que não, peço ajuda imploro por misericórdia, mas mais eu grito mais tu gostas, mais te excitas, afastas o punhal em forma de balanço e olhas-me com intensidade mortal, eu choro, tento escapar mexo-me sem efeito e a tua mão se aproxima frenética eu grito de forma estridente, os pássaros levantam voou, os corvos anunciam minha morte, árvores escondem o seus rostos, lobos correm para longe, as pedras viram costas e tu vens com tua mão frenética, sinto o frio da espada, rasga-me a pela perfura-me a carne, desce para abrir mais a carne delacerada, o sangue escorre e tua boca bebe, tua mão saca-me o coração, olhas-me ainda com vida e mordes o meu coração, comes o assim a minha frente, meu corpo fica pálido e ainda mais frio, meu olhar perplexo e inanimado.