Wednesday, November 17, 2010

Sinto-me quente, febril, mas esta febre não se deve há doença, mas sim ao teu jeito, ao teu corpo, olho-te e desejo-te, não sei o que se passa. Cruzo minhas pernas em forma de consolo, balanço sobre a cadeira na esperança de calma. Mas não consigo evitar, não consigo me controlar. Olho-te com desejo descarado e caminho ao de leve, segues o meu vestido com os olhos, o seu negro acetinado é penetrante, meus sapatos de verniz verde azeitona dão alegria mórbida a minha veste, minhas costas estão expostas e meus gémeos definidos, não resistes e logo te levantas para me acompanhar.
Minha mão brinca com o corrimão enquanto desço as escadas dançando. Sinto o toque da tua sobre a minha, também tu estas quente. Olho de lado e sorriu, sei que es tu quem me segue, es tu quem me quer.
Sigo para um quarto, neste palacete antigo, entro e escondo-me atrás da porta antigamente trabalhada. Entras e não me vez, quando te voltas sentes a porta a encerrar, a cortar relações com o mundo lás fora. Ali estou em, pronta para te ter, pronta para ser possuída por ti, meu corpo anseia que o vandalizes, que o cortes que o esmagues com as tuas mãos.
Aproximo-me com jeito, meu olhar diz-te tudo, mas os meus jeitos te confundem, sento-me na cama de pernas bem juntas e braços firmes, minha boca faz beiço sedutor e malandro e os meus olhos lançam chamas de fogo e tesão. Aproximas-te de mim, passas a tua mão pelo meu pescoço o que me faz dançar com a cabeça, sobes a tua mão pela minha nuca o que me provoca um arrepio e sente-lo através do brotar dos meus seios, pegas no apanhado e puxa-lo ao de leve, vez a minha pele pálida partes que numa postura formal não conseguias ver a pele, é pálida, branca e pura, desejas pousar a tua mão sobre tal busto angelical, sentes o alto do mesmo, apertas para sentir a sua densidade, macio, é o que sentes, meu peito esta firme mas macio, pronto para ser tocado pelos teus lábios. Não hesitas em aproxima-los, mas tocas ao de leve o que me faz emitir um pequeno som de prazer agridoce, minha boca esta semi aberta, meus lábios inchados do tesão e as minhas faces rosadas do calor.
Tua mão percorre a minha face com calma sem forças, teus dedos querem ser acariciados e minha língua cumpre a sua ordem.
Sinto os meus seios exposto, abris-te o fecho e nem senti, senti apenas um arrepio na espinha que derivava dos teus dedos habilidosos. Devias as alças do meu vestido deixando-me assim em tronco num, ajoelhas-te perante mim e afastas-me as penas ainda semi-cobertas pela veste e alimentas-te do meu ser, tuas mãos dão amparo aos teus lábios e estes abrem caminho a tua língua macia, sinto na minha pele a humidade da tua língua, sinto o toque da mesma assim como o roçar dos teus dentes, brincas calmamente com os meus mamilos hirtos, não consigo parar, meu corpo dança, apesar de me agarres as costas com força, minha boca emite sons de prazer enquanto me sinto a ser violada por ti.
Mais, penso eu, quero mais, quero que me penetres, que me fodas em palavras rudes. Quero sentir a tua força, quero que me quebres, quero que me uses.
Tuas mãos logo descem para a cintura e passam pelo vestido, procuram caminho para zonas mais impróprias e abrem caminho, tua boca vai-me beijando o corpo a medida que segue para sul, mordes-me o interior da coxa, lambes a outra e assim eu me perco enquanto adivinho o teu itinerário, tua língua dás-me prazer, assim como os teus dedos, jogo-me para trás deito-me na cama de linho com bordado antigo. Os meus sons vão ficando mais fortes e anseio que me penetres, não consigo manter mais a postura de lady, agora sinto-me uma puta. Puxo-te para cima, para cima da cama, meto-me sobre ti e beijo o teu corpo com loucura enquanto te dispo de forma frenética, estou louca estou tesuda, o que quero é me vir, tua boca deixou-me louca incontrolável, deixo-te com a camisa, gosto assim, com ela apenas aberta, com minha mão tento ver o nível do teu desejo e vejo que esta no ponto, por momentos penso em logo saciar a minha sede mas ponderei, decidi brincar com a minha boca e com a minha língua, tenho jeito ouvi dizer e a tua reacção prova tal verdade, brinco com a minha língua, minha boca e até com dentes mas com jeito. Sinto a tua respiração desnorteada, também tu estas a perder controlo, olho-te com a mesma intensidade que te olhei na sala e tu gostas, puxas-me e sentas-me em cima de ti. Como sabe bem sentir o teu falo dentro de mim, como sabe bem este jogo de entra e sai frenético, as respirações começam a perder controlo assim como os risos deste ópio, sinto o suor a percorrer o meu corpo, funde-se com o teu néctar e com as mordidas de tua boca. Logo queres ter o controlo total, queres me dominar como se fosse um animal. Mandas-me para a cama e metes-te sobre mim, mas não me fecundas, beijas os meus corpo e roças-te em mim, eu contorço-me de prazer, eu gemo de prazer, agarro no teu rosto e peço que me fodas, meu olhar agora é apenas de desejo carente, de uma louca vontade de ser mal tratada, não me renegas o desejo e logo me penetras com força, agarras-me nos braços e continuas nesse acto, gemo, tu gemes, os nossos sons são fortes e loucos, transpiramos, gritamos e nos agarramos, tuas cotas estão marcadas pelos meus dedos, meu corpo com vermelhões devido a força com que me agarras, puxas-me os cabelos, mordo-te o pescoço estamos nesta luta sexual onde não há vencidos apenas vencedores, estás-te para vir mas aguentas mais um pouco, vez no meu olhar que não me falta muito para atingir a meta, aguentas, fazes uma pausa leve mas logo voltas a acção frenética e vens-te com toda a força enquanto eu grito de prazer, estou no seu, estado nirvana.

Friday, November 12, 2010


Bárbara, do latim, significa estrangeira, que não fala latim, é esta a definição do meu nome, as pessoas associam o meu nome a coisas mas, bruscas e incultas, pessoa bárbara, pessoa agressiva, mas não o sou, quer dizer….
Em criança era calma, a cidade ainda era calma, a violência era escassa e o respeito abundava, sentia-me bem, era criança, brincava na rua, tinha amigos reais e roupa sempre pronta para ir para a tulha.
Gostava da escola, dominava a matemática, minha fila venceu devido a minha rapidez de dividir, tabuada na mão esquerda e pau de giz na mão destra e frenética. Senti-me orgulhosa, minha vitória fez com que levássemos autocolantes para casa e uma história de guerra vencida. Estudo do meio não era má, gostava de rios, serras e da história da condensação. Gostava de tudo, menos de português, decorava os textos em casa e chorava no meio da leitura, não de emoção pelo conto mas por tristeza de não decifrar as palavras.
Sentia-me burra, estúpida, meu pai ralhava comigo, batia-me até, minha tia obrigava-me a ler, agradeço-lhe por isso, por esse momentos nervosos em que tentava decifrar as palavras enquanto ela passava a ferro e me escutava com atenção.
Acabou a primaria e com isso aumentou a responsabilidade, porta moedas ao pescoço, com moedinhas para o lanche e o passe guardado para poder apanhar o 83 e sair de Lisboa e seguir até Portela. Aquecia o comer no microondas, via televisão e fazia os deveres, ou então ia brincar com os colegas no jardim, comprávamos balões de água e fazíamos jogos que nos constipavam, preparávamos as aulas 100, teatro, a Cinderela, festas francesas ou a inglesa, cada disciplina tinha a sua homenagem.
Morte, sabia que existia mas nunca a tinha sentido de perto, não sabia o que era perder alguém, mas descobri, Cátia, era esse o seu nome, minha colega desde a 1ª classe, minha amiga, minha futura companheira de casa, foi minha irmã no teatro, foi a Emma das Spiece foi vedeta ao meu lado nas filmagens de um vídeo clip. Foi minha amiga, mesmo quando ambas estávamos loucamente apaixonadas pelo David, mesmo ai fomos sempre amigas.
No ano de sua morte também perdi um ano lectivo, não fiquei triste, sabia que tinha chumbado por culpa minha e aprendi. Acabei a preparatória, deixei nessa escola amigos, paixões e brincadeiras, mas segui para outra era adolescência, sabia que entrara numa nova fase, onde me descobri, onde me conheci, não gostei do que vi, obesidade, sem jeito, desengraçada, normal da idade, crise por assim dizer, mas mesmo assim ri, tentei mudar, não só a maneira de pensar como de estar, meu problema literário começou a ser tratado, sentia-me bem, deixei de me ver como a burra e estúpida de outrora, agora sabia que era apenas diferente e com o tempo vi que era especial, não melhor nem pior, apenas especial, era eu, a única, a conversadora, divertida e brincalhona, a amiga e camarada, a tagarela e a desnorteada, mas mesmo assim fui julgada, chamavam-me drogada sem nunca ter fumado, chamaram-me alcoviteira ser nunca ter experimentado, mas logo vi que o meu a vontade que a minha liberdade incomodava alguns, retraia-me um pouco com medo dos dedos apontados, mas aprendi e descobri que não me importo de ser apontada que o que importa é a minha voz, o meu pensamento e os meus actos sem maldade. Ultimo ano escolar, que mudanças que loucura, quase que sentia a terra a girar, minha virgindade perdida, paixão vivida, amiga perdida, amiga de mentira, trabalho sério, remunerado e com responsabilidades, testes por estudar e uma hora tardia de me deitar, mas consegui.
Logo veio o Verão e sem dar conta esse foi o ultimo verão em que ainda tinha um pouco de menina, uma réstia mas tinha, mas a medida que o verão passava a meninice ia-se perdendo, dissolvendo-se nas noites da expo, nos passeios por Belém, nas conversas de madrugada.
Agora sou mulher, sou vista assim pela sociedade, mas regredi, minha vontade de viver de me divertir e aprender voltou, como quando tinha 5 anos e me preparava para o 1º ano de escola, mas agora sei o que quero, que percurso devo fazer e caso acha transito sei os atalhos e não desisto, ali presa no transito da vida, nas lamentações e nos, e se? Acabou, agora luto agora sonho, agora atinjo o meu sonho.