Tuesday, November 12, 2013

Alma de fadista

Queria ser poeta, queria ser artista, queria poder pintar um quadro, dançar desenfreadamente, ter jeito com as palavras, com os gestos e acções.
Ser boa em prosa, boa em línguas, e saber recitar, cantar, encantar.
Queria exprimir todo este sentimento, toda esta dor, angústia que me apoquenta, que me adormece e só não me faz esquecer de respirar.
Alma de fadista, essência de poeta moribundo, de Bocage atormentado, romantista e desgovernada. Assim sou eu, matéria Lusa, tão de Alfama, Moraria, Restelo e Ajuda.
Atormentada, assustada, conformada e desanimada. Que se passa com este pedaço de carne, com este pedaço de matéria, este pedaço de gente. Este qualquer coisa.
Não me sinto gente, odeio a gente, odeio o pensamento egoísta, o espírito maquiavélico de que os fins justificam os bens, o falso costume, que apesar der ser uma pratica reiterada na sociedade não é esta moralmente nem eticamente viável. 
Odeio os sorrisos falso, as farsas vomitadas e redigidas em hipócritas dedicatórias.
Odeio likes indevidamente gostados, de simples conformação da sociedade perdida e desfragmentada.
Meu corpo se quer desmaterializar, evaporar e assim se se sucumbir nos átomos do ar. Quero partir deixar este mundo tão desumano, tão cheio de mentira, tão vazio de verdades, de pureza e sentimento.
Saudades de algo que nunca vive, de algo que nunca vou viver, de algo que penso nunca vir a existir. A pureza nas palavras, a sinceridade dos actos, o amor incondicional pela verdade, pelo direito e pela justiça.
Que venha Deus e que mate tudo e todos, que faça chover durante 40 dias e 40 noites. Mas não salve alma humana, pois essa a Hades pertence, deixou-se vender por um punhado de poder. 
Condenasse o prazer, a luxuria do sexo, mas não a gula, a sede de vis, a inveja nem a cobiça.
Vós sois tão mau, vós sois tão ingrato perante tal dádiva que é a vida e a capacidade de a pensar.
Vós sae a vergonha de Zeus, a vergonha de Ala, a vergonha de Shivas.
Por vossa culpa os Maias puseram  termo ao calendário, apagando assim o seu vinculo com o futuro. Vós sois a culpa de todo o mal, a desgraça do animal, da natureza do planeta.

Vós sois assassino de Vossa própria mãe.

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