Thursday, May 29, 2008


-vem, anda comigo a disco!
-nao sei, tenho o que fazer.
-vai ser bom para a tua reportagem, tens de vir, o meu namorado vai e leva um amigo.
-sabes que nao sou de discotecas africanas
-cala-te mas é, tens é de dançar uma kizombada.
-ok ok eu vou.
-óptimo vou te apresentar o amigo do meu namorado, é perfeito para ti.
nao liguei, nao queria saber disso, o meu amor ja tinha sido entregue a um, e assim foi-me negado o poder de amar, mas nao me importava pois apenas uns lábios me saciavam o desejo, e umas mãos me aqueciam.
-sabes quie nao quero saber disso, so vou pelo artigo, apenas por isso.
-ok ok mas depois vais ver.
esperávamos por eles a porta da discoteca, ja se fazia tarde e eu estava me a passar, desviei-me um pouco para acender o cigarro e ao virar-me foi contra uma pessoa.
as nossas faces tocaram-se, suas maos agarraram-me e os meus olhos viram o seu rosto, era ele, a minha paixao, o homem que me roubou o coraçao.
-desculpa, a minha vos estava tremula, queria o beijar, mas nao podia, perguntava-me pelo porque daquele acaso, nao o queria ver, nao podia, pois tinha medo de chorar.
-vieram, ate que em fim, Bárbara este é o Tiago.
-eu conheço.
-sério? que coincidência.
-pois, vamos mas é entrar. ola Jorge.
eu apenas estava ali, encostada a um canto, nao queria rir, estava meio chatiada e sem jeito, assim como ele, mas começou a hora das kizombas, todos dançavam abraçados, e nos ali cada um num canto evitando o olhar mas desejosos de nos vermos.
ele veio ate mim estendeu a sua mão e dançamos, não queria fazer perguntas, não queria saber porque estava ele ali, onde estava a outra, o que se tinha passado. apenas queria sentir a sua mao na minha cintura, a sua respiração no meu pescoço, sentia os seus ombros e tinha vontade de os apertar, mas não podia, tinha medo, apenas quis que aquilo não acabasse, senti-me a voar, minha alma tinha saído do meu corpo, apenas o sentia, meus olhos cerrados viam a sua expressão. mas quando a musica acabou, quando a musica acabou fugi, tinha medo do beijo que vinha a seguir, não queria chorar mais, mas enquanto corria pela cidade as lágrimas lavavam-me o rosto.
passou uma semana e nunca mais ouvi falar dele, escrevi o que se passou na minha cronica do jornal, já desistindo daquele sonho e pronta para reviver a minha vida.
no pátio da faculdade na companhia de colegas ia aquecendo o corpo ao sol, mas algo despertou a minha atenção. era ele estava ali a minha procura, mas não tive tempo de me esconder ele ja me tinha visto.
-eu respondo, estou sozinho, deixei-a, não era feliz com ela, nunca a amei, pensei que assim com ela não sofresse tanto, pois nunca a amei como te amo, nunca tive medo de a magoar, mas não aguentei, és tu quem eu quero, é de ti que eu preciso. quando te vi quis-te tocar, quando dançava contigo apenas te queria beijar, mas tinha medo, medo de ouvir o que não queria mas devia. es tudo para mim, não me negues este desejo.
levantei-me, ajeitei a minha saia rodada e fui ate ele, meus olhos estavam molhados, e perto dele:
-como te posso negar tal desejo? é o meu desejo também, ter-te outra vez.
beijamos-nos.

2 comments:

Vanessa Lourenço said...

Os anos de alguém que tu conheces bem demais estão a chegar. Pode ser que quando a vela se morder debaixo da mesa o desejo seja o mesmo que vive no teu coração e tal qual Bela Adormecida o feitiço seja quebrado e o beijo dado. Um beijo minha fada.***

Vanessa Lourenço said...

Os anos de alguém que tu conheces bem demais estão a chegar. Pode ser que quando a vela se morder debaixo da mesa o desejo seja o mesmo que vive no teu coração e tal qual Bela Adormecida o feitiço seja quebrado e o beijo dado. Um beijo minha fada.***