Thursday, August 16, 2007



enquanto caminhava pela vila encantada todos me sorriam e comprimentavam.mas algo me faltava, meu sorriso nao era o mesmo, algo faltava no meu coraçao, seu batimento era lento e sofredor.
minha mae (dona de grandes asas e possuidora de um belo rosto) tentatava me animar, dizia que um dia minhas asas cresceriam e eu poderia voar mais alto.
mas estava farta de tanta espera e falta de amor. ja cansada de sorrisos solidarios e palavras de contentamento decidi sair do meu reino, fui caminhando pelo bosque, onde o verde reinava acompanhado de petalas brancas e lilases, os raios do fogo do sol mal penetravam por entre os ramos mas mesmo assim maravilhava-me com o explendor daquela luminosidade, onde via o brilho das gotas de orvalho pendentes nas petalas avelã, onde via a delicadesa da rrelva enquanto a pisava com meus pequenos pes.via o som da agua cristalina enquanto corria meus braços quando tentava acalmar a sede da minha boca nectariana.
maravilhada com tanta beleza fui vendo o vento bater na minha face rosada enquanto meus longos cabelos grena dançavam ao ritmo de tanta beldade.
ja cansada e sem força joguei-me no chao, caindo lentamente sobre um prado de margaridas magicas, em que o comum amarelo se mistura com a braquidao com pitadas de rosa chamativo e azulao decimolado.
enquanto tentava acalmar meu fragil peito acompanhado por pequenos pessegos que tentavam se esconder num pedaço de sda esmeralda. ouvi uma flauta, melodia estranhamente melancolica e serena, onde se podia ouvir os passaros dançar, as flores a serem embaladas pela doce brisa, as nuvens brincarem por entre o tempo.
abismada com tal encanto fui seguindo o seu cheiro, menta polvilhada por canela, algodao doce coberto de crocantes pedaços de chocolate branco.. afastei uns ramos, arbustos de mimosas, que nao me deixavam sentir tal presença, mas mal ergui meu pequeno rosto deparei-me com algo, algo simples e complexo, algo belo e assustador.meus grandes olhos verde mel absorveram algo que nunca tinha presenciado.
ali estava ele, uma fada sem asas, cabelo cor do sol quando se poe, orelhas bicudas, faces vermelhadas, chapeu verde e bicudo, com fivela dourada acompanhar, calças ja fugidas com rasgoes a combinar, camisa mal vestida e desfraudada, mangas arregaçadas, como se fosse fazer algum oficio.
sua beleza abismou-me, fiquei sem voz, apenas sentia aquele cheiro, e via tanto encanto enaquanto o vento me deixava sentir o seu toque
ali escondida com medo de ser vista fui me aproximando, ate que fui avistada, uma raiz fez-me cair sobre a terra molhada.
uma mao surgiu, pronta para me ajudar, enquanto meu rosto envergonhado se erguia fui vendo de perto tal ser encantado, sorria para mim, com ar traquina e doce, minha pequena mao agarrou aquela mao maguada pelo trabalho, mas tambem macia.
-ola eu sou o Edoss, etu minha pequena fada, quem es? perguntou-me com sua voz mascula mas serena.
-eu sou a salamandra, mas nao uma fada, minhas asas ainda nao cresceram. disse eu com ar triste e envergonhado por tal situaçao.
-nao digas isso, tu es uma fadinha linda, descansa, vais ver que um dia tuas asas vao crescer, e tu vais poder voar bem alto, vais ate a lua, vais ver o noso mundo de pernas para o ar enquanto rodupias, vais molhar a ponta dos teus pes, enquanto danças sobre um reacho.enquanto me confortava com tais palavras o Edoss tirava meu cabelo fogo do meu rosto.-vem temos que tratar dessa ferida, e assim pegando-me com seus braços levou-me ate ao lago, onde me sentou delicadamente, e com cuidado foi jurrando agua sobre meu joelho, tirando lentamente a terra da ferida, e olhando-me com intensidade, e sem dar conta deu-me um beijo, beijo esse que criou borboletas na minha barriga, que me fez arrepiar e corar.
-desculpa, nao devia ter feito isto, eu sou um duende, logo nao te posso tocar.enquanto me dizia palavras que me predeficaram tentou largar minha perna, mas nao podia, pois nao deixei.
-tas a cuidar de mim, podes me tocar, eu deixo e tu queres. disse aquilo sem pensar, apenas queria sentir sua voz, ouvir o seu toque e ver as suas palavras.
enquanto trocavamos confiçoes e carinhos minha mae procurava-me, sabia o perigo que podia correr, por ser uma fada sem asas, entao voava pelo bosque, ate que aterrou e avistou-me.
-salamandra, sai dai minha querida, vem ate mim, deixa-a seu duende.dizia minha mae com força e medo por mim, ja agarrando sua varinha.
-NAO, gritei eu a minha mae.-estou bem, ele ajudou-me, cai e ele tentou sarar minha ferida, nao lhe faças mal, por favor para.falava eu com desespero enquanto meus olhos começavam a encher-se de agua salgada.
-sai do pe dele minha filha, ele é um duende, nao te pode tocar.
-voces fadas sao todas a mesma coisa, acham-se unicas, mas nos duendes é que mantemos as plantas vivas, nos é que tratamos delas.dizia o Edoss ja vermelho de raiva e angustia, enquanto minha mae me ponha atraz dela.
-nos é que as criamos, nos é que lhes damos forma e beleza. agora sai, deixa a minha filha.dizia a minha mae, estava num estado em que nunca a tinha avistado, sua tes branca estava manchada, suas veias salientes, e sua mao com muita força, força essa que me machucou e deixou marca.
-adeus, vou-me embora, nao quero discutir, tenho de trabalhar, adeus minha beleza, um beijo nesse rosto rosado, enquanto te toco nesses labios cor de pessego.enquanto se despedia uma lagrimas escorria no seu rosto.
-VAMOS VOAR ATE A LUA, PROMETO, UM DIA VENHO-TE BUSCAR, gritei eu, pois ja so via seu vulto.minha mae agarrou-me e levou-me pelos braços, voando por aquele lindo bosque, que apenas sentia minhas lagrimas caidas do ceu.
ja deitada na minha cama nao conseguia reagir, nem mesmo o som das conchas a dançarem na janela me animava, a minha colcha de arco iris dançante nao me consulava, o cheiro a ortelã nao me acalmava, simplesmente chorava, meu peito quase que rebentava de tanta força e angustia.
enquanto chorava minhas asas foram crescendo, tornando-se mais fortes e rubostas, o seu azul foi crescendo acompanhado por fios de prata, em que o vermelho se misturava com o fraco amarelo ja anteriormente misturado com o azul ceu.
enquanto chorava fui notando que algo de estranho se passava no meu quarto, os cortinados de seda rubi iam dançando ao ritmo de algo desconhecido, meus panos de parede de cetim fuzia deixavam-se embalar por algo estranho, enquanto meus buzios se perdiam no ar desconcertante.
admirada com tal efeito olhei para meu espelho de esmeraldas e safiras, longo e trabalhado, pequenas borboletas nadavam, peixes voavem e coelhos brincavam, na companhia de meu tecto estrelado, onde as estrelas aqueciam aquele espaço,
ao olhar para meu espelho vi algo que me admirou, via umas asas saidas de meu corpo, minhas costas agora para sempre protegidas, as lagrimas agora por mim choradas eram rosa, tinham com elas alegria e felicidade. tentei voar pela janela, mas estava coberta de teias, onde as aranhas olhavam para mim com tristeza, pois queriam a minha felicidade, corri ate a porta, mas tava encerrada, minha mae tinha atrancado, sete chaves para fechar meu quarto, nao sabia o que fazer, cai sobre minha cama e ali fiquei, a chorar e a gritar.-Edoss, Edoss, eu posso voar, tira-me daqui, vem comigo ate a lua.mas o cansaço era ja tanto que meu corpo adormeceu.
acordei com uma mao no meu rosto, abri meus olhos enchados e vi minha mae, ja tinha recuperado sua cor palida e sua belicadesa, beijou minha testa molhada e disse-me.
-Salamandra ja podes voar minha querida, ja podes voar por onde quiseres, vais poder encantar todos a tua volta, va toma este cha que te ajuda arranjar forças para tuas asas. era estranho aquele cha, era laranja com pitadas de ouro, acompanhado pelo cheiro de morango misturado com canela, seu sabor a pessego com pedaços de banana, estranho, mas muito bom, com ele sentia uma mistura de sentimentos, sabores e aromas, mas enquanto o bebia algo na minha cabeça ia desaparecendo, nao sabia o que, so sabia que algo deixara de fazer parte do meu pensamento.
la sai eu de meu quarto, fui voar para o ceu, todo aplaudiam e gritavam de alegria, ia lançando meus pos magicos por todo o reino, sorrindo maravilhada com aquela vista.
-o tempo foi passando, assim como as estaçoes, primavera, ja encanto a quatro estaçoes, como estou radiante.vou ate ao bosque voar um pouco por ali, sozinha, recordando a minha solidao.
enquanto voava tive vontade de aterrar e assim fiz, parei num prado de margaridas magicas, em que o comum amarelo se mistura com a braquidao com pitadas de rosa chamativo e azulao decimolado.
enquanto descansava um pouco ouvi uma flauta, melodia estranhamente melancolica e serena, onde se podia ouvir os passaros dançar, as flores a serem embaladas pela doce brisa, as nuvens brincarem por entre o tempo.
abismada com tal encanto fui seguindo o seu cheiro, menta polvilhada por canela, algodao doce coberto de crocantes pedaços de chocolate branco. ate que cheguei a uns arbustos, achei estranho aquela sensaçao, parecia que ja la tinha estado, foi quando vi, um gancho meu ali perdido, era esmeralda, nao me lembrava de la ter voado, muito menos ter pisado, estava estranha. entao enquanto ouvia a musica fui lentamente olhando para aquele ser, fada sem asas, e sem dar conta.
-Edoss. tinha-me saido aquele nome quando vi aquele rosto.
-salamandra, voltaste, e ja voas. disse ele enquanto se aproximava apresadamente e tentava segurar minhas frageis maos.quando senti o seu toque lembrei-me da minha ferida, de como me lavou o joelho, quando me olhou de forma intensa lembrei-me do seu beijo, e assim veio tudo a memoria.
-desculpa, mas minha mae tirou-me a memoria, deu-me um cha que apaga a memoria, tentei vir ate ti, mas estava encorralada, nao tinha como sair, como bater minhas asas, perdoa-me. enquanto explicava a minha ausencia, meu rosto ficou molhado, meu coraçao batia, e ele agarrava-me.
-deixa minha fada, o que interessa é que voltaste, estas aqui comido outra vez. aproximou sua boca a minha, e com medo e desejo voltou-me a beijar, minhas asas foram batendo, enquanto nossos corpos levitavam, e assim fomos ate a lua.

5 comments:

Vanessa Lourenço said...

Levas-me sempre para esse reino mágico só teu. Deixas-me entrar e partilhar essas histórias e contos que insistimos em pensar serem só isso mesmo, imaginação.
Um beijo minha Salamandra*

João Morgado said...

Querida Salamandra, voa até o sono chegar.
As tuas asas estão grandes e alcançam as primeiras ramagens sem dificuldade. Aquelas que eu cuido para crescrem fortes e saudáveis.

A pequena fada descansa na nuvem e Edoss tem-na nos seus braços. O cabelo fogo da menina Salamandra está a salvo, assim como tudo o resto.
Beijo ***

Bárbara V Brito said...

desde pequena que adoras escrever...e tens muito jeito...pelo menos consegues me envolver nesse teu cantinho encantado...tens uma maneira única de descrever os sons, de descrever as cores e as sensações, enquanto leio consigo ouvir, consigo ver, consigo sentir é fantástico
Um beijinho de força para continuares a deslumbra-nos com esses contos mágicos que nos levam aquele mundo paralelo ao nosso que ha muito se dissipou das nossas memórias de criança, onde a fantasia, a coragem o amor e a magia são as palavres de ordem

Bárbara V Brito said...

esqueci-me de assinar, eu sou a raquel, a prima da Ba

Thiago said...

Simplesmente deslumbrante o enredo em que a pequena fada se torna mais madura e desafiadora.

Até eu quase soltei uma lágrima salgada ou outra.... Tudo pela jovem Salamandra.

Continua escrevendo, a tua inspiração torna-se na minha.