Wednesday, February 25, 2009


Enquanto ela cortava o tecido para o seu vestido de seda verde bandeira justo em todo o corpo com saia em forma de lápis com um pequeno pormenor, era em balão na anca, pois assim ao andar suas ancas dançariam de forma pomposa e magica, como se fosse a rainha de copas.
Lá estava ela a limpar a testa com o punho enquanto soprava para a sua testa. Era uma tarde de finais de Agosto e ela queria fazer o seu vestido para a noite de lançamento.
De longe de uma janela de uma torre gemia a sua encontrava-se o seu admirador. Muito gostava ele de a ver, mesmo com a cortina branca translúcida a tapar o seu corpo, ao menos ele admirava a sua silhueta tão delinear, tão curva e tão frágil. Ele conseguia imaginar as suas costas magras, que quando ela inspirava viam-se as curvas das suas costelas e ele apenas se imaginava a tocar uma doce melodia. Seus braços magros eram como ramos de uma formosa árvore que tina medo do Inverno e assim ele apenas queria abraçar o seu tronco para a proteger do vento gélido e das águas chuvosas que caiam sem medo sobre a sua delicada pele. Ele imaginava o seu peito, e apenas pensava em pêssegos delicados e maduros e assim queria lhe tocar com os lábios, com resistência mas sem a marcar, apenas sugar aquele doce néctar dos Deuses.
Ao picar-se com a agulha depressa meteu o dedo a boca, para que a sua gota de sangue não manchasse o vestido, então decidiu repousar, abriu a cortina do seu pequeno estúdio em tons vermelhos, pretos e brancos e encostou-se a janela, a ver as copas das árvores e inspirar-se. Depressa ele se escondeu por entre as suas cortinas vermelhas sangue, mas não conseguiu deixar de olhar, pois a pela da sua amada estava rosada, seus lábios grenas estavam inchados com o calor e o seu olhar tranquilo e sereno. Enquanto ela admirava as copas das árvores e imaginava-se no numa do nunca como inspiração para o seu traje ele consolava-se com aquela bela peça de arte, esculpida por pequenos querubins e pintada pelas tágides. Seus cabelos foram fiados por rocas de ouros e banhados em seda da china. Suas mãos nem da Vinci conseguiria criar, pois ela era magica, pelo menos nos seus olhos, pois tinha sido feita no seu terceiro aniversario, por uma jovem de 21 anos e por um 7anos mais velho. Ela era magica, nela os números mágicos reinavam, e a historia desses dois tinha vencido três primaveras.
Mas infelizmente tinha acabado, tinha sido ele abandonar a sua donzela na torre, mas estava arrependido e não sabia como recuperar, pois sete meses já tinham passado e a magia tinha desaparecido. Ele receava que tivesse de esperar 7 Invernos para a poder voltar a beijar, mas pelo menos quase dois anos já tinham passado.
Ela não sabia que ele ali estava, não sabia o seu paradeiro, alias pensava que ele se encontrasse noutra costa, longe dela, longe do seu choro e longe do seu pensamento. Ela queria esquecer o seu amor, pelo menos apenas queria ter saudades, mas boas, pois em tempos ela fora feliz, com ele ao seu lado ou mesmo não estando, pois outrora ela sabia pertencer ao seu coração, ma agora, agora não sabia.
Depois de arrefecer o seu rosto encalorado voltou para dentro, e sem dar conta acabara aquele ponto tão difícil, e melhor, conseguiu arrebitar a traseira do vestido. Experimentou a peça e dançou de alegria, era assim que ela se esquecia da sua dor, dançando, costurando, cozinhando e melhor escrevendo.
No dia do lançamento do seu tão esperado livro, história de um mulher que perdera o seu amado, pois ele deu sua vida para salvo da amada. Ela continuava a sonhar com ele e senti-lo, ate que um dia… um dia ela se despediu e deixou-o seguir o seu rumo.
Ela esperava que com o lançamento da sua obra prima também ela o deixasse seguir e assim seguir a sua vida.
Tomou um beinho bem relaxante, apanhou o seu cabelo de lado deixando assim um franja de lado ao seu estilo tão querido, anos 60, mas não fez pompom, mas sim canudos que caiam sobre o seu delicado ombro. Vestiu o seu vestido verde de alças finas que arrebitava o peito e vincava a sua invejosa cintura. Ajeitou o bumbum da terra do nunca e maquilhou-se, sobressaiu o seu olhar timbartiano e marcou as suas bochechas com um pouco de Blush, seus lábios foram mergulhados em bâton ruge. Calçou seus sapatos de verniz e pegou na sua pequena mala também envernizada.
Ao sair da sua torre encantava, suas ancas dançavam o tango devido a sua sensualidade, sua cintura acompanhava o ritmo dos batimentos do coração, suas expressão apenas transmitia felicidade.
Um táxi parou perto de sim e quando foi a saltitar ate lá um homem abriu a porta de forma apressada, quando o seu corpo já quase se encontrava entro do táxi ele ouviu um….: Desculpe. De forma um pouco irritadiça, ao olhar ele não quis acreditar, ela descobriu-o já sabia do seu paradeiro, ele sentiu vontade de sorrir e de agarrar naquele rosto magro e esbelto, queria a beijar.
Depois de irritada por ver o seu táxi ser roubado ela muito intrigada e ofendida disse….: Desculpe. E quando ela avistou o rosto do seu amado moribundo sentiu-se sem forças, suas pernas por momentos fraquejaram, seu coração por segundos parou e logo a seguir bateu de forma frenética e louca. Queria o abraçar, dizer o quanto o amava e o quanto não o queria perder.
Ele saiu do táxi e ali ficaram a olhar um para o outro, sem saber o que fazer, o que pensar eles sabiam, mas não conseguiam ler a mente do outro, não por terem perdido esse dom, mas sim pela emoção, ela reencontrara a sua paixão e via o seu olhar perdido igual de quando discutiam e ele só receava não poder voltar a beijar aquela boca com sabor a morango, ele via a boca da sua amada semicerrada igual a quando ela ansiava por um beijo apaixonado. E assim sem darem conta agarraram-se com força e beijaram-se.
Mas sabem o mais magico, o beijo foi em Setembro 21 meses depois de terem acabado, mas não, não pensei que nove meses depois nasceu uma criança. Pois essa magia já é outra história.

1 comment:

Vanessa Lourenço said...

O quadro de Dali, a descrição de Agosto e do vestido verde. Deleite para os olhos.***