
acordo sozinha na nossa cama quente, ainda sinto teu cheiro nectariano na almofada de linho branco, fecho os olhos, não para cair no sono, mas sim para melhor sentir o teu cheiro enquanto aperto a almofada com os meus olhos. afasto as cortinas e abro as portadas da janela, por momentos nao vejo nada, pois o sol cega a minha vista, mas enquanto tenho meus olhos serrados sinto uma voz a entrar nos meus ouvidos, és tu, sim brincas com o nosso grande urso peluche, o nosso grande sao bernardo.
visto o meu robe vermelho de cetim, apanho os meus longos cabelos e vou ate a cozinha, vou buscar a farinha, os ovos, o leite e o açúcar, faço as panquecas que tanto gostas, vou a prateleira e tiro de la as tuas geleias e doces favoritos, meto a cafeteira no lume e espero que o café se transforme magicamente.
a porta faz barulho, és tu e o nosso cachorro grande, ele vem ate mim e espera por um abraço, tu vens e esperas um beijo, penduro-me no teu pescoço, e assim em pontas dou-te um doce beijo, tuas mãos levantam-me, pegas-me ao colo e levas-me para a cama.
lentamente me deitas, enquanto tua boca beija meu pescoço, tuas sentem minha pele, e as minhas vão-te despindo, meus lábios sentem o frio da rua agora no teu rosto.
agora ja nua, sinto minha pele irisada, pois tua mão sempre me provocou arrepios, beijo-te enquanto minha carne é agarrada por ti, o sol tenta aquecer mais o meu corpo ardente, mas mais não da, pois o tua presença aquece a minha alma, as tuas mãos o meu corpo, e a tua boca o meu interior, perdemos-nos aqui, nestes lençoes de linho, na nossa cama de ferro, neste espaço onde os quadros apenas tem historias do nosso amor e loucura para contar. enlouqueço sobre ti, tu agarras-me para me controlar, mas a tua loucura é maior que a minha. perdemos-nos nos beijos e desejo carnal.
deito-me de costas voltadas para ti, tu beijas meu rosto e abraças-me: amo-te, é o que me dizes, fecho os olhos e caio no sono, quando abro os olhos estou sozinha, o nosso cão ali esta no tapete a espera que acorde.
vou para a cozinha e como uma peça de fruta, olho para a janela e choro, as lágrimas escorrem, pois tu já cá não estas, morreste.